terça-feira, 26 de abril de 2011

Young Adam (2003)

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Young Adam de David Mackenzie conta com um elenco que pode fazer invejar a muito filme. Ewan McGregor, Tilda Swinton, Emily Mortimer e Peter Mullan são aquilo que se pode chamar de um elenco de luxo.
Tudo se desenrola em torno de Joe (McGregor) que trabalha para Les (Mullan) e Ella (Swinton) num barco, e que acaba por desenvolver uma relação meramente sexual com esta. Um dia Les e Joe descobrem no rio o cadáver de uma jovem que mais tarde se vem a saber ser Cathie (Mortimer), com quem Joe manteve uma relação.
O enredo que, aliado ao magnífico elenco, pode parecer inicialmente apelativo, rapidamente descamba quando mais de metade do filme é passado num qualquer tipo de fornicação sem limites que não o torna interessante mas sim ligeiramente porno-erótico. E pior, não só isto por si já é enfadonho como no meio de tanta podridão e miséria acaba por ser extremamente decadente e sem "sal".
Sexo à parte torna-se muito difícil, mesmo muito, comentar seja o que fôr deste filme. Aquilo que conseguiu ainda ter alguma credibilidade, muito pouca devido ao conteúdo geral do filme, é a morte de Cathie. É sobre ela que se gera o grande dilema do filme. Como pode ter alguém tão desprendido e despreocupado como Joe, moral suficiente para revelar que a morte de Cathie foi acidental e assim impedir que um inocente não seja condenado à morte por algo que não cometeu?
Esta pergunta, respondida no exacto final do filme, acaba por ser a única digna de relevância maior e que consegue conter algum conteúdo num filme que, à excepção do muito bom trabalho de fotografia da autoria de Gilles Nuttgens que, de certa forma, adensa ainda maior a já estrondosa atmosfera claustrofóbica sentida pela vivência de todas estas personagens num único barco onde trabalham, vivem, comem, dormem e... fornicam...
Não é o tipo de filme que em nada me seduz. Não pelo facto de ter sexo à mistura (Instinto Fatal volta que és o excelente exemplo de como um filme thriller-erótico deve ser feito), mas simplesmente pelo facto de tudo ser aqui, gratuito demais. Assim este acaba por ser um filme completamente dispensável e de lamentar que um conjunto tão bom de actores tenha feito parte dele.
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2 / 10
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