sábado, 9 de julho de 2011

Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles (1994)

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Entrevista com o Vampiro de Neil Jordan foi um dos filmes sensação do ano ao colocar como protagonistas dois actores extramemente mediáticos, ou seja, Tom Cruise e Brad Pitt numa história dramatizada onde os vampiros são reis.
Este filme que revitalizou com muita qualidade um género que sempre fascinou no cinema (e na literatura verdade seja dita, inicia-se no sul dos Estados Unidos onde o misticismo e as artes negras sempre foram predominantes. E é aqui que tomamos conhecimento das duas personagens principais... Lestat (Cruise) um vampiro forte e solitário que decide que a sua eterna errância pela Terra merece uma companhia à sua altura e é aqui que entra em contacto com Louis (Pitt) naquela que será até ao final uma relação tensa entre ambos.
Num mundo decadente que passa desde o sul dos Estados Unidos a Paris onde novos vampiros são encontrados, a velha guarda, temos sobretudo uma história de reflexão sobre como viver num mundo sózinho onde tudo evolui e modifica menos o vampiro. Esse permanece imutável quando tudo à sua volta resolve transformar-se.
Deste filme, que penso quase toda a gente já conhecer, nada mais vou revelar. Os que viram já sabem como é... os que ainda não têm como obrigação vê-lo. É para mim o filme do género mais bem conseguido até à data pois não se deve considerá-lo como um filme de terror, como normalmente são os filmes de vampiros, mas sim um filme dramático onde as personagens principais são vampiros mas que poderiam ser comuns mortais.
A beleza deste filme reside essencialmente aí. Reside na capacidade que todos os seres, sejam lá eles quem forem, têm o livre arbítrio de optar quer pelo bem quer pelo mal e de um deles fazer o seu estilo pessoal de vida. A questão de serem vampiros, apesar de determinante para toda a história do filme, é apenas mais um elemento do mesmo.
Nele as várias personagens, quer o Lestat de Cruise, o Louis de Pitt, a Claudia de Dunst ou o Armand de Banderas são, no fundo, personagens atormentadas pela sua condição (não fosse também este um filme de Neil Jordan) e que estão em certa medida limitados quer pelo seu tempo quer pelo seu espaço e especialmente pela sua condição (des)humana.
Outro aspecto bastante positivo deste filme é o seu extraordinário elenco. Tom Cruise que é colocado como sendo o actor principal do filme tem msim um sólido desempenho secundário como o vampiro Lestat. O seu humor negro e macabro dão-lhe um toque especial e, ao contrário do que disse muita crítica, tem neste filme um dos seus desempenhos mais memoráveis e mais bem conseguidos.
Já Brad Pitt, esse sim o actor principal deste filme, e igualmente com um dos mais memoráveis desempenhos até à data enquanto Louis, o vampiro com coração, está extraordinário. A sua descrição da sua vida enquanto humano e enquanto vampiro são relatos bastante sentidos e emocionantes sobre as suas considerações da vida. Longe de ser merecedor de um Oscar por este desempenho mas seria impossível de não o considerar como sendo um dos seus melhores.
Finalmente para completar o trio protagonista temos Kirsten Dunst aqui ainda bastante jovem mas já reveladora de um grande talento que fora inclusivé nomeada para o Globo de Ouro de Actriz Secundária, tão depressa nos mostra um rosto inocente e magoado com o seu trágico destino como com igual facilidade nos transporta para um rosto de malvadez e de vingança que mete o seu devido respeito.
Para completar este extraordinário elenco temos em desempenhos mais secundários actores como Antonio Banderas, Stephen Rea (um habitual de Neil Jordan), Christian Slater ou uma então bastante jovem Thandie Newton que dava os primeiros ares da sua graça (e felizmente muito talento) neste filme.
Tenho ainda de salientar a estrondosa qualidade técnica do filme no que diz respeito à fotografia de Philippe Rousselot que nos transporta essencialmente para um mundo negro e onde o mal ronda todas as esquinas por onde possamos passar, a banda-sonora nomeada ao Oscar de Elliot Goldenthal que cria um universo muito próprio típico de um filme que se quer de suspense e ao mesmo tempo com sérios contornos dramáticos e claro, não me poderia esquecer do fantástico set também ele nomeado s Oscar da autoria de Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo.
Brilhante e intemporal filme que num registo vário entre o suspense, o vampírico e o drama não só conta uma história de transição nos tempos como a humanidade (ou falta dela) dos homens e que apesar dos seus actores extremamente mediáticos foi, de certa forma, relegada para segundo plano por esse mesmo factor o que constitui por si só uma perda para aqueles que julgam todo um filme pelos pré-conceitos que podem ter para com um dado actor ou actriz.
Muito bom e muito bem feito este filme vale a pena ver sim pelos seus actores e pela sua extraordinária história. Que se desenganem aqueles que pensam que é apenas mais um filme de vampiros.
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"Lestat: Your body's dying. Pay no attention, It happens to us all."
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10 / 10
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2 comentários:

  1. Certamente um filme que marcou uma década.

    Gostei da escolha da linha do roteiro. É perfeita para caracterizar, em poucas palavras, o personagem de Cruise, além do filme como um todo.

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  2. É um dos meus preferidos sem dúvida. E um dos melhores dentro do género :)

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