terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Academia Brasileira de Cinema 2012: cinema português pré-seleccionado


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Divulgados os filmes nomeados para os prémios da Academia Brasileira de Cinema e constatamos que existem duas participações portuguesas entre os nomeados. Embargo, de António Ferreira e O Último Voo do Flamingo, de João Ribeiro.
 Os filmes estão nomeados não seguintes categorias:
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Realizador: António Ferreira
Produção: António Ferreira e Tathiani Sacilotto por Persona Non Grata Pictures, Diler Trindade por Diler & Associados, Borja Peña e Emma Lustres por Vaca Filmes
Actriz: Cláudia Carvalho
Actor: Filipe Costa
Actores secundários: Fernando Taborda, José Raposo e Pedro Diogo
Argumento Adaptado: Tiago Sousa
Fotografia: Paulo Castilho
Direcção Artística: Luísa Bebiano Correia
Guarda-Roupa: Bruna de Bragança
Caracterização: Andreia Moreira
Efeitos Visuais: Rodrigo Lacerda e Simão Lopes
Montagem: António Ferreira e Tiago Sousa
Som: Simão Lopes
Edição Sonora: Carlos Garcia e Miguel Barbosa
Mixagem: Diego S. Staub
Música Original: Luís Pedro Madeira
Distribuidora: Raiz Distribuição
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Realizador: João Ribeiro
Produção: Antonin Dedet por Néon Productions, Carlo D'Ursi por Carlo D'Ursi Produzioni, João Ribeiro por Slate One, Luís Galvão Teles por Fado Filmes Ltda, Mauricio Andrade Ramos por Videofilmes Produções Artísticas Ltda
Actrizes: Adriana Alves e Cláudia Semedo
Actores: Carlo D’Úrsi e Elliot Alex
Actriz secundária: Cândida Bila
Actores secundários: Alberto Magassela, Matias Xavier, Padre Muhando e Zeca Adorinho
Argumento Adaptado: Gonçalo Galvão Teles e João Ribeiro
Fotografia: José António Loureiro, AIP
Direcção Artística: João Martins
Guarda-Roupa: Louiggi Junior e Silvio Síopa
Caracterização: Susana Correia
Montagem: Orlando Mesquita
Som: Vasco Pedroso
Edição Sonora: Tiago Matos
Mixagem: Branko Neskov
Música Original: Omar Sosa
Distribuidora: VideoFilmes
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You! (2009)

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You! de Joseph Caro é uma curta-metragem de ficção que nos mostra um casal feliz à procura de apartamento para viver. No entanto nem tudo o que parece ser perfeito o é na realidade, e nesta busca de casa nova descobrimos que o noivo esteve sexualmente envolvido com o dono do apartamento que agora visitam.
O problema maior desta curta-metragem prende-se logo de início com o seu fraco e já muito explorado argumento sobre a promiscuidade homossexual e como amor e sexo parecem estar quase sempre confundidos e intimamente ligados a qualquer relação entre pessoas do mesmo sexo.
Se a isto juntarmos uma curta-metragem onde o seu deficitário som dificuldade, quase na íntegra, a compreensão da maioria dos diálogos, então só resta afirmar que de novo nada tem e o pouco que faz é fraco... muito fraco.
Tão depressa se vê como se esquece mas, para os curiosos, aqui fica disponibilizada na íntegra.
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1 / 10
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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Aqui Jaz a Minha Casa (2011)

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Aqui Jaz a Minha Casa de Rui Pilão foi uma grande e agradável surpresa que surgir sob a forma de curta-metragem nesta início de ano.
Seguimos um dia de um velho (Leandro Vale) e percebemos que é um homem doente, farto da vida e que espera lentamente pela hora da sua morte. Sob o seu olhar e as suas reflexões soltas que profere, percebemos ansiá-la impacientemente. Sente-se esquecido e perdido num mundo do qual já não sente fazer parte.
Vários foram os aspectos que considerei positivos. A começar logo pela extraordinária interpretação de Leandro Vale que aqui veste de corpo e alma o final de vida desejado por esta personagem. De poucas palavras mas de uma sentida amargura que o consome aos poucos. Imperdível o momento em que finalmente aquele velho repousa na sua casa eterna... Simplesmente brilhante.
A completar esta amargura está uma igualmente genial banda-sonora que consegue colocar o grau de tensão bem elevado ao longo da narrativa. Consegue inclusivé criar momentos de desconforto que agudizam essa mesma tensão.
Ao realizador, do qual desconheço outros trabalhos, só posso dar os parabéns por este magnífico trabalho que quase "abre" o ano e já com uma fasquia bem elevada. Recomendo vivamente a que todos assistam a este trabalho.
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9 / 10
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Screen Actors Guild Awards 2012: vencedores

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Elenco: The Help
Actor: Jean Dujardin, The Artist
Actriz: Viola Davis, The Help
Actor Secundário: Christopher Plummer, Beginners
Actriz Secundária: Octavia Spencer, The Help
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domingo, 29 de janeiro de 2012

O Que as Mulheres Querem (2012)

O Que as Mulheres Querem de Jorge Queiroga é maum dos novos telefilmes da TVI e que conta com a participação de Marco Delgado, Lúcia Moniz, Sofia Ribeiro, Sofia Aparício, Marina Abuquerque, Amélia Videira, José Mora Ramos e um já há muito desaparecido Eurico Lopes.
Pedro (Delgado) é um advogado sem vida sentimental duradoura e que ganha a vida como advogado maioritariamente de divórcios. Desligado e sem qualquer laço afectivo significativo, reencontra um dia Inês (Moniz), por quem um dia esteve apaixonado, também ela advogada e as suas vidas não só iriam ficar ligadas profissional como também sentimentalmente.
Num ritmo de encontros e desencontros entre as diversas personagens que povoam este telefilme, seguimos também os pensamentos e reflexões de Pedro sobre as vantagens e desvantagens de uma relação que pode (ou não) ser séria e duradoura. Como encontrar a pessoa dita "certa" e como estabelecer com ela algo que tenha significado.
Não sendo um telefilme com uma história que nos apaixone, não deixa ao mesmo tempo de ser um daqueles muitos que a TVI já fez que cosnegue ter alguma qualidade e deixar-nos com interesse à espera de ver os resultados finais. Não só por conter algumas reflexões que de certa forma já passaram pela mente de todos nós, mas também por conseguir criar um conjunto de personagens simpáticas e com as quais criamos alguma espécie de empatia que nos prende ao ecrã.
E falando das personagens, não consigo deixar de registar a minha especial simpatia pela que foi criada por Amélia Videira como uma mulher que já ultrapassou a chamada "meia idade", e que agora se vê abandonado pelo seu marido. Os pequenos momentos em que aparece no ecrã são todos seus ao ponto de conseguir "eclipsar" todos os que com ela contracenam.
Arrisco dizer que este filme conseguiu elevar os padrões de qualidade de todos os outros que o precederam deixando-nos assim com vontade que os próximos sejam ainda melhores e com qualidade suficiente para elevar este ainda pouco desenvolvido mercado de telefilmes por Portugal.
Como este... venham mais.
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7 / 10
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sábado, 28 de janeiro de 2012

Low Battery (2008)

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Low Battery de Nuno Fernandes é uma curta-metragem de terror que apesar das claras semelhanças com [REC] de Jaume Balagueró e Paco Plaza consegue ser interessante.
Dois tipos deslocam-se a um espaço vazio como se ainda estivesse em construção e começam a filmá-lo. É durante estas filmagens que encontram algo bem mais perturbador do que a simples lama que se encontra à entrada...
A grande falha desta curta é a sua captação de som que dificulta em boa parte da sua história a compreensão do que os dois actores dizem acabando na sua maioria por nós enquanto espectadores deduzirmos aquilo que se está a passar.
O ponto alto são os seus instantes finais que nos deixam antever aquilo que poderia ter sido uma curta bastante boa não fossem as suas falhas iniciais. Arrisco até dizer que considerando ser um espaço limitando no qual não se poderiam criar muitas nuances ou fugas das personagens, esta curta poderia ter ido um pouco mais longe em termos de duração.
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5 / 10
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Prémio Autores 2012: os nomeados

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FILME
48, de Susana de Sousa Dias
E o Tempo Passa, de Alberto Seixas Santos
Sangue do Meu Sangue, de João Canijo
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ACTOR
Nuno Lopes, Sangue do Meu Sangue
Nuno Melo, O Barão
Raul Solnado, América
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ACTRIZ
Anabela Moreira, Sangue do Meu Sangue
Beatriz Batarda, Cisne
Rita Blanco, Sangue do Meu Sangue
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ARGUMENTO
O Barão, Edgar Pêra e Luísa Costa Gomes
E o Tempo Passa, Alberto Seixas Santos e Catarina Ruivo
Sangue do Meu Sangue, João Canijo
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Recompen$a (2011)

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A Recompen$a de Marília Antunes, Rita Bento e Vanessa Castro é uma simpática curta-metragem, apesar de algo previsível, sobre como as relações que estabelecemos ao longo da nossa vida podem, de uma ou outra forma, mudá-la de uma forma radical.
Relações estas para as quais pouca disponibilidade há nestes que são tempos de crise mas que neste caso muito concreto desencadearam no resgate de duas vidas que estavam, de uma ou outra forma, condenadas à solidão.
No entanto recorre a um ou outro cliché... não resistir à pressão das dívidas e encontrar a única solução na morte por ingestão de fármacos... e aí perde um pouco em relação ao restante trabalho não deixando, ainda assim, de se agradável ver um desfecho feliz no meio de tanta tragédia.
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4 / 10
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César 2012: nomeações

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FILME
L'EXERCICE DE L'ETAT, Denis Freyd (prod.) e Pierre Schoeller (real.)
LA GUERRE EST DÉCLARÉE, Edouard Weil (prod.) , Valérie Donzelli (real.)
LE HAVRE, Fabienne Vonier (prod.), Aki Kaurismäki (real.)
INTOUCHABLES, Nicolas Duval Adassovsky, Yann Zenou, Laurent Zeitoun (prods.), Eric Toledano, Olivier Nakache (realzs.)
PATER, Michel Seydoux (prod.), Alain Cavalier (real.)
POLISSE, Alain Attal (prod.), Maïwenn (real.)
THE ARTIST, Thomas Langmann (prod.), Michel Hazanavicius (real.)
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ACTOR
Sami Bouajila, Omar m'a tuer
François Cluzet, Intouchables
Jean Dujardin, The Artist
Olivier Gourmet, L'exercice de l'Etat
Denis Podalydès, La conquête
Omar Sy, Intouchables
Philippe Torreton, Présumé coupable
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ACTRIZ
Ariane Ascaride, Les Neiges du Kilimandjaro
Bérénice Bejo, The Artist
Leïla Bekhti, La Source des Femmes
Valérie Donzelli, La Guerre est Déclarée
Marina Foïs, Polisse
Marie Gillain, Toutes nos Envies
Karin Viard, Polisse
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ACTOR SECUNDÁRIO
Michel Blanc, L'exercice de l'Etat
NICOLAS DUVAUCHELLE, Polisse
JOEYSTARR, Polisse
BERNARD LE COQ, La Conquête
FRÉDÉRIC PIERROT, Polisse
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ACTRIZ SECUNDÁRIA
Zabou Breitman, L'exercice de l'Etat
Anne Le Ny, Intouchables
Noémie Lvovsky, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Carmen Maura, Les Femmes du 6e Étage
Karole Rocher, Polisse
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ACTOR REVELAÇÃO
Nicolas Bridet, Tu Seras mon Fils
Grégory Gadebois, Angèle et Tony
Guillaume Gouix, Jimmy Rivière
Pierre Niney, J'aime Regarder les Filles
Dimitri Storoge, Les Lyonnais
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ACTRIZ REVELAÇÃO
Naidra Ayadi, Polisse
Adèle Haenel, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Clotilde Hesme, Angèle et Tony
Céline Sallette, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Christa Théret, La Brindille
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REALIZADOR
Alain Cavalier, Pater
Valérie Donzelli, La Guerre est Déclarée
Michel Hazanavicius, The Artist
Aki Kaurismäki, Le Havre
Maïwenn, Polisse
Pierre Schoeller, L'Exercice de l'Etat
Eric Toledano, Olivier Nakache, Intouchables
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ARGUMENTO ORIGINAL
Valérie Donzelli, Jérémie Elkaïm, La Guerre est Déclarée
Michel Hazanavicius, The Artist
Maïwenn, Emmanuelle Bercot, Polisse
Pierre Schoeller, L'exercice de l'Etat
Eric Toledano, Olivier Nakache, Intouchables
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ARGUMENTO ADAPTADO
David Foenkinos, La Délicatesse
Vincent Garenq, Présumé Coupable
Olivier Gorce, Roschdy Zem, Rachid Bouchareb, Olivier Lorelle, Omar m'a Tuer
Mathieu Kassovitz, Pierre Geller, Benoit Jaubert, L'Ordre et la Morale
Yasmina Reza, Roman Polanski, Carnage
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FOTOGRAFIA
Pierre Aïm, Polisse
Josée Deshaies, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Julien Hirsch, L'exercice de l'Etat
Guillaume Schiffman, The Artist
Mathieu Vadepied, Intouchables
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BANDA-SONORA
Alex Beaupain, Les Bien-Aimés
Bertrand Bonello, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Ludovic Bource, The Artist
­‐M-, Patrice Renson, Un Monstre à Paris
Philippe Schoeller, L'exercice de l'Etat
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GUARDA-ROUPA
Catherine Baba, My Little Princess
Mark Bridges, The Artist
Christian Gasc, Les Femmes du 6e Étage
Viorica Petrovici, La Source des Femmes
Anaïs Romand, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
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MONTAGEM
Anne-­Sophie Bion, Michel Hazanavicius, The Artist
Laurence Briaud, L'exercice de l'Etat
Pauline Gaillard, La Guerre est Déclarée
Laure Gardette, Yann Dedet, Polisse
Dorian Rigal Ansous, Intouchables
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DIRECÇÃO ARTÍSTICA
Laurence Bennett, The Artist
Alain Guffroy, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Pierre-­‐François Limbosch, Les Femmes du 6e Étage
Jean Marc Tran Tan Ba, L'Exercice de l'Etat
Wouter Zoon, Le Havre
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SOM
Pascal Armant, Jean Goudier, Jean-­Paul Hurier, Intouchables
Jean-Pierre Duret, Nicolas Moreau, Jean-­Pierre Laforce, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Olivier Hespel, Julie Brenta, Jean-Pierre Laforce, L'exercice de l'Etat
Nicolas Provost, Rym Debbarh-­Mounir, Emmanuel Croset, Polisse
André Rigaut, Sébastien Savine, Laurent Gabiot, La Guerre est Déclarée
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FILME ESTRANGEIRO
BLACK SWAN, Darren Aronofsky
THE KING'S SPEECH, Tom Hooper
DRIVE, Nicolas Winding Refn
LE GAMIN AU VÉLO, Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne
INCENDIES, Denis Villeneuve
MELANCHOLIA, Lars von Trier
A SEPARATION, Asghar Farhadi
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PRIMEIRO FILME
17 FILLES, Delphine Coulin, Muriel Coulin
ANGÈLE ET TONY, Alix Delaporte
LE COCHON DE GAZA, Sylvain Estibal
LA DÉLICATESSE, David Foenkinos, Stéphane Foenkinos
MY LITTLE PRINCESS, Eva Ionesco
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DOCUMENTÁRIO
LE BAL DES MENTEURS, Daniel Leconte
CRAZY HORSE, Frederick Wiseman
ICI ON NOIE LES ALGÉRIENS, Yasmina Adi
MICHEL PETRUCCIANI, Michael Radford
TOUS AU LARZAC, Christian Rouaud
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FILME DE ANIMAÇÃO
LE CHAT DU RABBIN, Joann Sfar, Antoine Delesvaux
LE CIRQUE, Nicolas Brault
LA QUEUE DE LA SOURIS, Benjamin Renner
LE TABLEAU, Jean-François Laguionie
UN MONSTRE À PARIS, Bibo Bergeron
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CURTA-METRAGEM
L'ACCORDEUR, Olivier Treiner
LA FRANCE QUI SE LÈVE TÔT, Hugo Chesnard
J'AURAIS PU ÊTRE UNE PUTE, Baya Kasmi
JE POURRAIS ÊTRE VOTRE GRAND-­‐MÈRE, Bernard Tanguy
UN MONDE SANS FEMMES, Guillaume Brac
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

David (2005)

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David de Roberto Fiesco é uma curta-metragem mexicana de temática homossexual que foca um ou outro assunto bem polémico e problemático.
Quando David, um jovem estudante mudo, resolve faltar à escola para ir ao cinema, longe estaria de imaginar o que lhe iria suceder. Pelo caminho conhece José, um desempregado e muito mais velho e, dentro das possibilidades de ambos, estabelecem uma conversa que cedo resulta numa tarde de paixão e sexo.
Aquilo que me despertou a curiosidade com esta curta-metragem foi mesmo o facto de assuntos tão polémicos serem abordados numa curta... mexicana. Como uma sociedade ultra-conservadora e católica consegue abordar estes temas e ainda assim fazerem-no de uma forma dita sóbria.
Um engate homossexual... uma relação sexual claramente pedófila mas que é aqui abordada como se de uma história de amor se tratasse e, tudo isto, através dos olhos de um realizador mexicano numa sociedade que tem ainda tantos tabus e assuntos que não se pretendem ver debatidos.
Interessante sem que com isso fique na memória vale, ainda assim, os seus quinze minutos de duração mais que não seja pelo potencial debate que pode surgir em torno destes mesmos assuntos.
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6 / 10
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Le Petit Soldat (1963)

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O Soldado das Sombras de Jean-Luc Godard demorou dois anos a estrear devido à sua temática e à época em que havia sido filmado.
Bruno (Michel Subor) vive em Genève após ter saído de França para não ser recrutado para a guerra na Argélia. Aqui é contactado para eliminar um dos representantes da Frente Nacional de Libertação que apoia a independência do país como forma de provar não ser um simpatizante da causa.
Entre avanços e retrocessos, Bruno apaixona-se por Verónica (Anna Karina) que é, mais tarde, capturada e torturada pelos agentes franceses na Suíça que descobrem a sua simpatia pela causa independentista da Argélia.
Temática complicada para a época em que foi filmado considerando que passavam poucos anos da independência daquele país e que portanto, um tema ainda "quente" na relação entre os dois países... ex-colónia e ex-colonizador. Temática esta que é ainda hoje alvo de muita polémica e de muita tinta cada vez que estreia um filme que a aborde, mais ainda há altura que era um tema dito "fresco", e este muito concretamente que toca em assunto bem mais sensíveis como a perseguição e a tortura por parte das autoridades francesas àqueles que contrariavam o regime em assuntos tão sensíveis como é o caso concreto da personagem interpretada por Anna Karina.
Perdoem-me os puristas e os amantes incondicionais de Jean-Luc Godard, mas independentemente do filme ter o potencial suficiente no seu argumento para ser apelativo e interessante, o que é certo é que este estilo de filmagens que pretende focar tudo (e nada) deixa-me francamente desorientado quanto à linha condutora da história.
A câmara que ora está a captar uma personagem ora já capta algo completamente diferente que se passa "ali ao lado", faz com que a distracção do assunto principal seja uma constante. A voz-off, de Michel Subor, que num momento narra os acontecimentos e no seguinte já está a dar vida à sua personagem é igualmente desconcertante. Poderia ter resultado se o filme tivesse outra dinâmica que conseguisse enquadrar cada momento especificamente e não as duas vertentes ao mesmo tempo que a dada altura tornam todo o filme cansativo demais para ser verdade.
Goste-se ou não do tema, há cinema bem mais competente sobre esta matéria. Lembro-me assim de repente o filme Caché de Michael Haneke, que com todos os ingredientes importantes consegue ainda ser um thriller que nos deixa incomodados e ansiosos por descobrir o que se esconde realmente por detrás daqueles enigmas. Aqui, ao contrário, percebemos realmente os tópicos principais que o realizador nos pretende transmitir mas a narrativa utilizada e a forma como a transmite através dos actores é demasiado cansativa para conseguir resultar.
Interessante no argumento... dispensável nos demais aspectos inclusivé nas pouco inspiradas interpretações dos dois actores protagonistas.
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4 / 10
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Theo Angelopoulos

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1935 - 2012
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Oscars 2012: nomeações

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FILME
The Artist
The Descendants
Extremely Loud and Incredibly Close
The Help
Hugo
Midnight in Paris
Moneyball
The Tree of Life
War Horse
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ACTOR
Demián Bichir, A Better Life
George Clooney, The Descendants
Jean Dujardin, The Artist
Gary Oldman, Tinker Tailor Soldier Spy
Brad Pitt, Moneyball
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ACTRIZ
Glenn Close, Albert Nobbs
Viola Davis, The Help
Rooney Mara, The Girl with the Dragon Tattoo
Meryl Streep, The Iron Lady
Michelle Williams, My Week with Marilyn
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ACTOR SECUNDÁRIO
Kenneth Branagh, My Week with Marilyn
Jonah Hill, Moneyball
Nick Nolte, Warrior
Christopher Plummer, Beginners
Max von Sydow, Extremely Loud and Incredibly Close
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ACTRIZ SECUNDÁRIA
Bérénice Bejo, The Artist
Jessica Chastain, The Help
Melissa McCarthy, Bridesmaids
Janet McTeer, Albert Nobbs
Octavia Spencer, The Help
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REALIZADOR
Woody Allen, Midnight in Paris
Michel Hazanavicius, The Artist
Terrence Malick, The Tree of Life
Alexander Payne, The Descendants
Martin Scorsese, Hugo
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ARGUMENTO ORIGINAL
The Artist, Michel Hazanavicius
Bridesmaids, Kristen Wiig, Annie Mumolo
Margin Call, J.C. Chandor
Midnight in Paris, Woody Allen
Jodaeiye Nader az Simin, Asghar Farhadi
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ARGUMENTO ADAPTADO
The Descendants, Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash
Hugo, John Logan
The Ides of March, George Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon
Moneyball, Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin
Tinker Tailor Soldier Spy, Bridget O'Connor, Peter Straughan
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FILME DE ANIMAÇÃO
Une Vie de Chat
Chico & Rita
Kung Fu Panda 2
Puss in Boots
Rango
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FILME ESTRANGEIRO
Rundskop, Michael R. Roskam (Bélgica)
Hearat Shulayim, Joseph Cedar (Israel)
In Darkness, Agnieszka Holland (Polónia)
Monsieur Lazhar, Philippe Falardeau (Canadá)
Jodaeiye Nader az Simin, Asghar Farhadi (Irão)
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FOTOGRAFIA
The Artist, Guillaume Schiffman
The Girl with the Dragon Tattoo, Jeff Cronenweth
Hugo, Robert Richardson
The Tree of Life, Emmanuel Lubezki
War Horse, Janusz Kaminski
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MONTAGEM
The Artist, Anne-Sophie Bion, Michel Hazanavicius
The Descendants, Kevin Tent
The Girl with the Dragon Tattoo, Angus Wall, Kirk Baxter
Hugo, Thelma Schoonmaker
Moneyball, Christopher Tellefsen
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DIRECÇÃO ARTÍSTICA
The Artist, Laurence Bennett, Gregory S. Hooper
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2, Stuart Craig, Stephenie McMillan
Hugo, Dante Ferretti, Francesca Lo Schiavo
Midnight in Paris, Anne Seibel, Hélène Dubreuil
War Horse, Rick Carter, Lee Sandales
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GUARDA-ROUPA
Anonymous, Lisy Christl
The Artist, Mark Bridges
Hugo, Sandy Powell
Jane Eyre, Michael O'Connor
W.E., Arianne Phillips
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CARACTERIZAÇÃO
Albert Nobbs
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2
The Iron Lady
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BANDA-SONORA
The Adventures of Tintin, John Williams
The Artist, Ludovic Bource
Hugo, Howard Shore
Tinker Tailor Soldier Spy, Alberto Iglesias
War Horse, John Williams
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CANÇÃO
The Muppets, Bret McKenzie "Man or Muppet"
Rio, Sergio Mendes, Carlinhos Brown, Siedah Garrett "Real in Rio"
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SOM
The Girl with the Dragon Tattoo
Hugo
Moneyball
Transformers: Dark of the Moon
War Horse
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EFEITOS SONOROS
Drive
The Girl with the Dragon Tattoo
Hugo
Transformers: Dark of the Moon
War Horse
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EFEITOS VISUAIS
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2
Hugo
Real Steel
Rise of the Planet of the Apes
Transformers: Dark of the Moon
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DOCUMENTÁRIO LONGA-METRAGEM
Hell and Back Again
If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front
Paradise Lost 3: Purgatory
Pina
Undefeated
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DOCUMENTÁRIO CURTA-METRAGEM
The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement
God Is the Bigger Elvis
Incident in New Baghdad
Saving Face
The Tsunami and the Cherry Blossom
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CURTA DE ANIMAÇÃO
Dimanche, Patrick Doyon
The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, William Joyce, Brandon Oldenburg
La Luna, Enrico Casarosa
A Morning Stroll, Grant Orchard, Sue Goffe
Wild Life, Amanda Forbis, Wendy Tilby
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CURTA DE FICÇÃO
Pentecost, Peter McDonald
Raju, Max Zähle, Stefan Gieren
The Shore, Terry George
Time Freak, Andrew Bowler, Gigi Causey
Tuba Atlantic, Hallvar Witzø
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Capone (1975)

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Al Capone de Steve Carver e com Ben Gazzara a interpretar essa mítica personagem secundado por Sylvester Stallone, John Cassavetes, Susan Blakely e Harry Guardino é um inicialmente simpático mas muito rapidamente monótono filme.
Todo o fillme é uma rápida, por vezes demasiadamente rápida, viagem à ascenção e queda de Al Capone, que nos faz acompanhar os seus dias iniciais como barão do crime, que nos mostra a sua paixão e, por sua vez, a sua queda e demência numa Chicago infestada de crime.
Das interpretações, maioritariamente sem inspiração, há que fazer um pequeno destaque à do próprio Ben Gazzara que, ainda que praticamente apagada e exagerado na maior parte do tempo, é a essencial para o "bom" funcionamento do filme.
Quanto ao filme propriamente dito, mais parece uma colagem de vários momentos (supostamente os mais importantes e significativos), do que uma narrativa com um seguimento lógico que nos permita perceber o que estava por detrás daquela mente criminosa. Dito por outras palavras, mas valia ter sido um documentário do que propriamente uma ficção baseada em acontecimentos reais.
Do meu ponto de vista, este é daqueles filmes que nem sequer como relato de uma vida funciona ao ponto de dizer que no final conseguiu distrair. Aqui não... Muito cedo no filme começamos a ficar entediados e aborrecidos, não conseguindo dele retirar grande conteúdo ou informação apelativa o suficiente para nos interessarmos de uma ou outra forma sobre esta figura.
No fim da linha servirá apenas para fãs de Stallone que o pretendam ver num outra registo do que aquele onde aplica constantemente os seus punhos.
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2 / 10
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domingo, 22 de janeiro de 2012

International Cinephile Society Awards 2012: os nomeados

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FILME
• Certified Copy
• Drive
• Hugo
• Margaret
• Meek’s Cutoff
• Melancholia
• Mysteries of Lisbon
• A Separation
• The Tree of Life
• Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives
• Weekend
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REALIZADOR
• Asghar Farhadi, A Separation
• Abbas Kiarostami, Certified Copy
• Terrence Malick, The Tree of Life
• Nicolas Winding Refn, Drive
• Raoul Ruiz, Mysteries of Lisbon
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FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
• Certified Copy
• House of Pleasures
• Le Havre
• Le Quattro Volte
• Mysteries of Lisbon
• Of Gods and Men
• Poetry
• A Separation
• The Skin I Live In
• Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives
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ACTOR
• Tom Cullen, Weekend
• Michael Fassbender, Shame
• Peyman Moaadi, A Separation
• Chris New, Weekend
• Michael Shannon, Take Shelter
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ACTRIZ
• Sareh Bayat, A Separation
• Juliette Binoche, Certified Copy
• Elizabeth Olsen, Martha Marcy May Marlene
• Anna Paquin, Margaret
• Yun Jung-hee, Poetry
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ACTOR SECUNDÁRIO
• Albert Brooks, Drive
• Shahab Hosseini, A Separation
• Michael Lonsdale, Of Gods and Men
• Brad Pitt, The Tree of Life
• Christopher Plummer, Beginners
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ACTRIZ SECUNDÁRIA
• Jessica Chastain, Take Shelter
• Jessica Chastain, The Tree of Life
• Leila Hatami, A Separation
• Carey Mulligan, Shame
• J. Smith-Cameron, Margaret
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ARGUMENTO ORIGINAL
Certified Copy, Abbas Kiarostami
Margaret, Kenneth Lonergan
Midnight in Paris, Woody Allen
A Separation, Asghar Farhadi
Weekend, Andrew Haigh
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ARGUMENTO ADAPTADO
Drive, Hossein Amini, James Sallis
Moneyball, Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin, Michael Lewis
Mysteries of Lisbon, Carlos Saboga, Camilo Castelo Branco
The Skin I Live In, Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar, Thierry Jonquet
Tinker Tailor Soldier Spy, Bridget O’Connor, Peter Straughan, John le Carré
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FOTOGRAFIA
Drive, Newton Thomas Sigel
Melancholia, Manuel Alberto Claro
The Mill and the Cross, Lech Majewski, Adam Sikora
Mysteries of Lisbon, André Szankowski
The Tree of Life, Emmanuel Lubezki
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MONTAGEM
Drive, Matthew Newman
Martha Marcy May Marlene, Zachary Stuart-Pontier
Mysteries of Lisbon, Carlos Madaleno, Valeria Sarmiento
A Separation, Hayedeh Safiyari
The Tree of Life, Hank Corwin, Jay Rabinowitz, Daniel Rezende, Billy Weber, Mark Yoshikawa
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DIRECÇÃO ARTÍSTICA
Hugo, Dante Ferretti
The Mill and the Cross, Marcel Slawinski, Katarzyna Sobanska-Strzalkowska
Mysteries of Lisbon, Isabel Branco
Tinker Tailor Soldier Spy, Maria Djurkovic
The Tree of Life, Jack Fisk
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BANDA SONORA
Drive, Cliff Martinez
Hanna, Tom Rowlands, Ed Simons (as The Chemical Brothers)
Mysteries of Lisbon, Jorge Arriagada
The Skin I Live In, Alberto Iglesias
Tinker Tailor Soldier Spy, Alberto Iglesias
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ELENCO
• Bridesmaids
• Margaret
• Midnight in Paris
• Mysteries of Lisbon
• A Separation
• Tinker Tailor Soldier Spy
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FILME DE ANIMAÇÃO
• The Adventures of Tintin
• Rango
• Winnie the Pooh
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DOCUMENTÁRIO
• The Arbor
• The Autobiography of Nicolae Ceausescu
• Nostalgia for the Light
• Pina
• Senna
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FILME SEM ESTREIA EM 2011
• Alps
• Century of Birthing
• Declaration of War
• The Deep Blue Sea
• Elena
• Faust
• The Kid with a Bike
• Once Upon a Time in Anatolia
• This Is Not a Film
• The Turin Horse
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Intriga Fatal (2012)

Intriga Fatal de António Borges Correia foi o primeiro da nova vaga de telefilmes que a TVI produziu dando assim continuidade à saga Casos da Vida já com alguns anos.
A história deste telefilme, que era por mim algo aguardado para ver que surpresas nos reserva esta nova produção da TVI, centra-se na vida de um casal e daqueles que mais de perto os acompanham. António (Albano Jerónimo) um homem demasiadamente ocupado com os seus negócios, e Bárbara (Maria João Bastos), uma mulher com posses mas apagada dentro do próprio casamento e que vive atormentada com pesadelos de uma suposta traição do seu marido.
Na casa vive ainda Bruno (Luís Simões), o filho de Bárbara que tem sérios problemas com dívidas da droga, sendo juntamento com Rita (Joana Metrass), a sua namorada, perseguidos pelo seu "fornecedor". Bárbara apenas pode contar com o apoio de Glória (Sandra Celas) a sua melhor amiga mas que, também esta, esconde dela um grande segredo.
Começando pelas interpretações... Maria João Bastos esteve no seu melhor. Já o disse e reafirmo, vê-la a interpretar personagens fortes e que a meio tempo revelam um lado mais obscuro e completamente paranóico é, para mim, um puro prazer. Não tenho qualquer dúvida do seu talento enquanto actriz mas vê-la interpretar estas personagens é esperar por algo muito intenso.
E o mesmo se pode dizer sobre Albano Jerónimo... É impossível não gostar de vê-lo a interpretar alguém que está "à margem" mas sempre com um look de alguém com o qual nada se passasse.
Já de Sandra Celas, que aqui apesar de uma personagem secundária dá um maior ar de sua graça, aguardo ainda vê-la a "trabalhar" uma personagem com a qual possa ser ainda mais "femme fatale". Tem perfil... e espero que alguém a desafie a tal.
O argumento da autoria de Rui Vilhena e de João Sequeira apesar de interessante poderia ter ido mais longe. Poderia ter insistido mais nos traços específicos de cada uma das personagens e assim conseguir levá-los ainda mais ao limite mas, ainda assim, é um bom princípio para esta nova vaga de telefilmes em que a TVI sabe, felizmente, apostar.
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6 / 10
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sábado, 21 de janeiro de 2012

Eiko Ishioka

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1939 - 2012
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The Onion Field (1979)

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Crime em Campo de Cebolas de Harold Becker é um filme baseado em factos reais ocorridos no início dos anos 60 sobre um caso de (in)justiça que, à altura da estreia do mesmo, durava há perto de 20 anos.
Tudo começa com Greg Powell (James Woods), um ex-condenado e mentalmente instável que recruta Jimmy Smith (Franklyn Seales) para os seus esquemas e assaltos. Até ao dia em que quando são abordados por dois polícias, Karl Hettinger (John Savage) e Ian Campbell (Ted Danson) que raptam e acabando por matar este último.
Desde o momento em que são capturados e durante os próximos anos, tanto Greg como Jimmy embarcam numa estranha relação de dominador e dominado que acarreta igualmente contornos sexuais, como também num esquema de claro desafio à lei e aos tribunais que os salva da câmara de gás para onde tinham sido inicialmente condenados.
Quanto a Karl, sobrevivente daquele massacre, entra numa espiral de decadência e de flagelo psicológico que o levam bastante perto do suicídio por nunca ter conseguido superar o facto de ter sido um sobrevivente.
Todo o restante filme centra principalmente a sua atenção nos meandros dos tribunais e dos inúmeros recursos, juízes e juris pelos quais este processo passou, ao ponto das penas aplicadas aos dois criminosos, independentemente de quem tenha de facto disparado e morto Ian Campbell, terem sido sucessivamente reduzidos... da pena de morte à perpétua e desta a potenciais liberdades condicionais. É neste mesmo meandro que alguns dos advogados questionam o sistema que defende criminosos e penaliza ou esquece as vítimas dos mesmos.
Curioso é o facto da abordagem dada à relação entre Greg e Jimmy que tanto tem de violenta como de sexual, estabelecendo uma perigosa relação entre ambas que é como quem diz... a homossexualidade provém de indivíduos violentos. Facto este confirmado com uma igualmente pequena mas marcante abordagem no filme ao relatarem o caso de um indivíduo detido depois de ter sido apanhado com um transsexual.
Àparte dos pequenos precalços que esta história tem, alguns previsíveis e óbvios demais, a história acaba por nos deixar a questionar dois aspectos fundamentais. O primeiro, e já referido, que se prende com o facto de a justiça quase defender um criminoso em detrimento das vítimas. Aquelas que sobrevivem e também, aquelas que sucumbiram aos caprichos de criminosos que tiveram como único intuito eliminar vidas humanas.
O segundo e igualmente importante aspecto prende-se com a atenção extra-judicial dada à vítima. O apoio, ou neste caso a inexistência dele, para resolução dos traumas com que ficaram. O sentimento de culpa pela sobrevivência e os traumas de cariz psicológico que levam muitas a quererem pôr um termo à sua própria vida. A velha questão de "porque terá morrido o outro e não eu?".
É um filme interessante e que deverá ser analisado à luz da época mas que apesar dessa condicionante não deixa de apresentar aspectos, por mais pequenos que sejam, os quais acabam por ser mesmo nos dias de hoje realidades bem presentes como é, muito concretamente, a questão das falhas na justiça.
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"Dist. Atty. Phil Halpin: (...) If only I could send some lawyers and judges to the gas chamber."
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7 / 10
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Eu Não Quero Voltar Sozinho (2010)

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Eu Não Quero Voltar Sózinho de Daniel Ribeiro é uma excelente e premiada curta-metragem brasileira que nos fala de uma história sobre o despertar para o amor adolescente.
Leonardo (Ghilherme Lobo) é um jovem invisual que tem como única amiga Giovana (Tess Amorim) até ao dia em que chega Gabriel (Fabio Audi), um novo aluno para a escola e que trava amizade com os dois amigos.
Enquanto Giovana gosta de Leonardo um pouco mais do que uma mera amiga, este sente em Gabriel aquele por quem quer para seu namorado. Irão estas amizades e sentimentos manter-se unidas e fiéis?
À semelhança do que se passa com Café com Leite, a outra obra de Daniel Ribeiro já anteriormente comentada, aquilo que consegue ser mais apelativo neste filme é o facto de abordar uma história adolescente homossexual sem recorrer a clichés muito abordados, e na maior parte das vezes esbatidos, onde a sexualidade precoce está sempre na ordem do dia. Aqui, pelo contrário, valorizam-se os afectos e a amizade como elementos fundamentais para qualquer relação.
A descoberta, a amizade incondicional e sobretudo o amor são, acima de tudo, as pequenas grandes mensagens que este filme pretende transmitir através da simplicidade e sem subterfúgios que pudessem fazer perder o seu conteúdo.
Não só da excelente realização de Daniel Ribeiro é feito o filme, mas também das brilhantes interpretações deste três jovens actores que a manter-se assim espera-os uma carreira longínqua e bem delineada estando os três, sem excepção, de parabéns.
Li algures que se esperava uma longa-metragem a partir deste filme... se assim se confirmar e a manter-se a linha que guia a história, estou certo que será um filme que não só irá ser sucesso de bilheteira como também uma longa-metragem com qualidade suficiente para representar o Brasil em muios festivais internacionais de cinema e também, quem sabe, nos Oscars.
É uma curta-metragem que nos faz querer ver mais e que todos os seus dezessete minutos são de uma qualidade inigualável. Altamente recomendado.
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9 / 10
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Otac na Sluzbenom Putu (1985)

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O Pai foi em Viagem de Negócios de Emir Kusturica foi o filme vencedor da Palma de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Cannes e o nomeado da há altura Jugoslávia para o Oscar de Filme Estrangeiro, e que nos conta a história de uma família no pós-Segunda Guerra Mundial na cidade de Sarajevo, numa altura em que o comunismo jugoslavo entrava em rota de colisão com o da União Soviética e onde Tito era senhor de todo o país.
Quando Mesa (Miki Manojlovic) é denunciado por manter uma relação amorosa com a mulher de um destacado membro do Partido Comunista, é desterrado para trabalhos forçados noutra localidade do país ficando assim afastado da sua mulher e filhos que têm de sobreviver com o pouco que têm.
Este filme que primeiro estranhamos consegue com uma facilidade incrível tornar-se viciante e "agarrar-nos" literalmente ao ecrã ao ponto de não nos conseguirmos separar dele até ao exacto momento em que percebemos ter sido o final.
O retrato que dá de uma Jugoslávia acabada de sair de uma guerra e onde agora existe um regime comunista hostil e mordaz, mesmo que separado do comunismo soviético, é deveras brilhante e justifica na totalidade a Palma de Ouro que venceu no seu ano. Temos uma Sarajevo, rosto de tantas guerras, pobre, envelhecida e quase sem esperança onde as ideias e a vontade de obter uma justificação são quase sinónimos de uma perseguição que não irá olhar a meios.
Pelo meio apenas uma réstia de esperança... o futebol. Futebol esse onde os vários cidadãos depositavam todos os seus desejos de poder voar um pouco mais longe mas sem nunca o conseguirem realmente. São estes relatos que vamos escutando ao longo do filme que nos dão os momentos mais, poderei dizer, descontraídos, e nos quais ficamos a ver que nem só de medo as pessoas viviam. Nunca desculpabilizando um regime ditatorial mas e uma forma insconsciente era nestes momentos que as pessoas conseguiam reunir-se descontraidamente e desejar que o seu país, de forma una e sentida, pudesse alcançar aquilo que outros alcançavam. Era através desse futebol que existia a unidade.
Mas isto são apenas momentos. Momentos de um país e de um regime repressivo. Momentos em que nos afastamos por segundos da realidade daquela família que ia ela também vivendo instantes de união e de harmonia. E tudo isto, sem excepção, contado através do olhar e dos pensamentos do pequeno Malik (Moreno D'E Bartolli) naquela que é possivelmente a interpretação mais forte e mais tocante de todo o filme. Marcante ao ponto deste jovem actor conseguir com pequenos apontamentos da sua interpretação caracterizar todo um regime. Refiro-me concretamente ao seu sonambulismo. O "seguidismo" que se faz sentir nestes regimes autoritários e onde apenas uma voz e uma ideia saídas de uma cabeça podem prevalecer e todos os demais têm de seguir sem questionar são, de forma simples mas deveras reveladora, exemplificados no sonambulismo de que Malik sofre. Uma interpretação de mestre para um tão jovem actor que teve neste filme a sua única interpretação cinematográfica (segundo os dados dessa inesgotável fonte IMDb).
Este filme de Kusturica, que desconhecia até a edição em DVD ter sido disponibilizada há alguns meses por um qualquer jornal português, é de longe uma pérola. Todos nós vibrámos com o seu Gato Preto, Gato Branco e pasmámos com o seu Underground. Este O Pai foi em Viagem de Negócios que nos transporta uma vez mais para a sua Jugoslávia de eleição é não só o retrato de uma Jugoslávia isolada e enfraquecida mas também um belíssimo e tocante olhar sobre o regime e sobre as relações humanas que nele existiam. Umas exuberantes e pouco preocupadas, outras com esperança em dias melhores mas todas, sem excepção, modeladas pelo regime opressor de Tito.
Um extraordinário filme que deve ser visto e apreciado mas que muitos poderão ignorar por não ser da corrente predominante e falado numa língua que logo de início nos é estranha. Os bravos e resistentes e que queiram ver um filme que além de uma história ficcionada transmite também um período histórico que durou várias décadas, conseguirão sair daqui com um filme que não irão esquecer. Recomendo-o vivamente.
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8 / 10
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Walled In (2009)

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Entre Paredes de Gilles Paquet-Brenner é um interessante thriller que poderia ter ido muito mais longe do que aquilo que conseguiu alcançar no final.
Sam (Mischa Barton) é uma agente de uma companhia de demolições enviada para uma estranha e remota localidade onde vai investigar um edifício de um reputado arquitecto para uma futura demolição do mesmo. À medida que conhece os poucos e estranhos moradores daquele quase deserto edifício, percebe que toda a história do mesmo está envolta em secretismo e em acontecimentos macabros que, de certa forma, o condenaram ao abandono.
Irá agora Sam desvendar tudo o que aquele edifício esconde ou irá também ela sucumbir ao mesmo trágico destino que o espera?
Visualmente temos, logo desde o início, um filme interessante. O local onde o Edifício Malestrazza se encontra divide-se entre o desértico e o pântano e o simples facto de se encontrar praticamente vazio, tendo apenas quatro habitantes, torna-o aliciante o suficiente para que se torne um filme de terror e suspense suficientemente apelativo para nos "conquistar" a vê-lo.
Tudo isto aumenta quando somos transportados para o seu interior e deparamos com um espaço visualmente agradável mas que "transpira" desconfiança a cada passo que a personagem encarnada por Mischa Barton dá.
Carregado de simbologia sobre os princípios da arquitectura, os assassinatos que ali ocorreram e uma estética de construção que nos deixa a todos com receio de irmos para um edifício que já tivesse espelhos de origem, este filme perde uma importante carga de suspense quando é adaptada a célebre canção do Pesadelo em Elm Street aos destino dos seus habitantes e do próprio Edifício. Malestrazza. Sim.. aquela canção "one two Freddy's coming for you"... essa mesma... um momento completamente desnecessário e, arrisco até dizer, absurdo pois não só não faz sentido a sua rima como faz perder a tal originalidade da história e do local, por absoluto.
Dito isto... o filme é convincente na generalidade do seu argumento, mesmo com alguma previsibilidade sobre quem será a mente por detrás de tanto crime e desaparecimento, e em termos visuais consegue não só ser apelativo como desafiante se pensarmos no claustrofóbico que seria estar num edifício no meio do nada e com um estranho clima sempre presente sobre a nossa cabeça. A ideia de fuga para lado nenhum ganha assim uma constante presença e acabamos por pensar que ou resolvemos a situação ou já não conseguiremos sair dali.
À excepção de Mischa Barton e do seu co-protagonista Cameron Bright que se mantém tão enigmático como na altura em que se revelou ao mundo com Birth, que é o mesmo que dizer... outra interpretação mas a mesma postura, os demais actores acabam por funcionar quase que como suportes para os principais não revelando grande desenvolvimento ou até mesmo grande necessidade de estarem ali limitando-se a ser praticamente figurativos.
Interessante e consegue funcionar como "filme de sexta à noite", o qual procuramos para passar um bom bocado mas na prática vai pouco mais além disso.
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6 / 10
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

El Orfanato (2007)

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O Orfanato de Juan Antonio Bayona foi um dos grandes sucessos cinematográficos do ano em questão em Espanha, o pré-seleccionado ao Oscar de Filme Estrangeiro e vencedor de sete Goya da Academia Espanhola de Cinema.
Laura (Belén Rueda) volta com a sua família para o orfanato onde estivera em criança com o objectivo de aí abrir um lar para crianças com necessidades especiais. É pouco depois de chegarem a esta casa que Símón (Roger Princep) o seu filho, revela ter amigos invisíveis com quem brinca.
Incrédula e indiferente Laura decide dar uma festa de boas vindas às crianças que vão ocupar a casa, e é nesse momento que Simón desaparece misteriosamente e criando assim uma ligação com o passado não só de Laura como daquele antigo orfanato.
Este filme que deu uma grande projecção à carreira de Belén Rueda não só é interessante pela sua história sombria e sobrenatural como pela surpresa final (calma que não revelo qual) que nos faz olhar para todo o filme de uma forma diferente. Passamos praticamente todo o filme a antever algo de sombrio e de terror, sempre à espera do momento em que vamos levar o susto das nossas vidas quando, muito de repente, percebemos que se trata sobretudo de uma história de dor e de sofrimento de personagens que pouco, muito pouco, vemos. Até que se revelam no final...
Para este ambiente sombrio resultar, muito ajuda uma conjugação de factores indispensáveis deste filme. Em primeiro lugar o décor que torna todo o ambiente demasiadamente austero... arriscaria dizer quase franquista, apesar da história desenrolar-se na Espanha dos nossos dias. Em segundo lugar a fotografia de Óscar Faura, que obteve a nomeação para os European Film Awards, e que transforma um inicio de filme onde se adivinhava alguma esperança na transformação da vida daquelas pessoas, para um ambiente carregado onde a própria luz se percebe diminuir a cada segmento de imagens que passa.
Finalmente o já falado argumento da autoria de Sergio G. Sánchez, vencedor do Goya, que consegue conter tanto de mistério como de terror, drama familiar e suspense sem que nenhum destes estilos se "atropele" no decorrer do filme, tendo para si o seu devido momento e importância.
Belén Rueda que já tinha ganho o seu próprio espaço com o brilhante desempenho que lhe valeu o seu primeiro Goya em Mar Adentro, aqui afirma-se como uma actriz protagonista de pleno direito. A sua interpretação como uma mulher que pouca memória tem da sua infância, sofrida e que perde o seu filho para aparentes forças paranormais que povoam o mesmo local onde cresceu é suficientemente convincente para encontrarmos um desempenho forte e feito à sua medida.
É impossível falar deste filme sem referir a participação secundária, e nomeada para um Goya, de Geraldine Chaplin como a médium que vai investigar o que se passa naquela antigo orfanato. Os momentos em que a actriz tem no ecrã são aqueles que possivelmente suportar a maior carga de suspense de todo o filme. Incertos sobre o que se passa afinal naquele edifício, nós enquanto espectadores, gelamos enquanto ouvimos os relatos e as vozes de crianças que... não vemos. Momentos tensos... muito tensos e que nos cortam por vários instantes a respiração.
A mesma intensidade só volta a existir quando Laura resolve entrar em contacto com os seus antigos amigos e que depois de alguns segundos de silêncio fazem com que eles finalmente se revelem e mostrem quais os seus reais propósitos naquela casa.
A maior genialidade deste filme encontra-se na consistência existente durante toda a sua duração entre os vários estilos cinematográficos que passam do drama ao suspense e ao terror de uma forma tão harmoniosa que, no final, se torna difícil considerá-lo apenas de um só estilo quando todos eles se encontram ali. É um filme brilhante, seja lá qual fôr a perspectiva pelo qual seja abordado, e um justo vencedor do prémio de realização e de actriz no Fantasporto que alia a qualidade de argumento, de interpretação e de aspectos técnicos ao sucesso de bilheteira sem qualquer pudor. Um filme obrigatório para os amantes do cinema fantástico que, em Espanha, dá imensos frutos.
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8 / 10
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Florbela (trailer)

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8 de Março de 2012
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BAFTA 2012: nomeados

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FILME
The Artist
The Descendants
Drive
The Help
Tinker Tailor Soldier Spy
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FILME BRITÂNICO
My Week with Marilyn
Senna
Shame
Tinker Tailor Soldier Spy
We Need to Talk About Kevin
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ACTOR
Brad Pitt, Moneyball
Gary Oldman, Tinker Taylor Solder Spy
George Clooney, The Descendants
Jean Dujardin, The Artist
Michael Fassbender, Shame
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ACTRIZ
Bérénice Bejo, The Artist
Meryl Streep, The Iron Lady
Michelle Williams, My Week with Marilyn
Tilda Swinton, We Need to Talk Kevin
Viola Davis, The Help
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ACTOR SECUNDÁRIO
Christopher Plummer, Beginners
Jim Broadbent, The Iron Lady
Jonah Hill, Moneyball
Kenneth Branagh, My Week with Marilyn
Philip Seymour Hoffman, The Ides of March
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ACTRIZ SECUNDÁRIA
Carey Mulligan, Drive
Jessica Chastain, The Help
Judi Dench, My Week with Marilyn
Melissa McCarthy, Bridesmaids
Octavia Spencer, The Help
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REVELAÇÃO (Argumentista, Realizador ou Produtor)
Attack the Block, Joe Cornish (real. e arg.)
Black Pond, Will Sharpe (real. e arg.), Tom Kingsley (real.) e Sarah Brocklehurst (prod.)
Coriolanus, Ralph Fiennes (real.)
Submarine, Richard Ayoade, (real. e arg.)
Tyrannosaur, Paddy Considine (real.) e Diarmid Scrimshaw (prod.)
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REALIZADOR
The Artist, Michel Hazanavicius
Drive, Nicolas Winding Refn
Hugo, Martin Scorsese
Tinker Tailor Soldier Spy, Tomas Alfredson
We Need to Talk About Kevin, Lynne Ramsay
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DOCUMENTÁRIO
George Harrison: Living in the Material World, Martin Scorsese
Project NIM, James Marsh e Simon Chinn
Senna, Asif Kapadia
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ARGUMENTO ORIGINAL
The Artist, Michel Hazanavicius
Bridesmaids, Annie Mumolo e Kristen Wiig
The Guard, John Michael McDonagh
The Iron Lady, Abi Morgan
Midnight in Paris, Woody Allen
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ARGUMENTO ADAPTADO
The Descendants, Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash
The Help, Tate Taylor
The Ides of March, George Clooney, Grant Heslov e Beau Willimon
Moneyball, Seteven Zaillian
Tinker Taylor Soldier Spy, Bridget O'Connor e Peter Straughan
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FILME ESTRANGEIRO
Incendies (Canadá)
Pina (Alemanha)
Potiche (França)
A Separation (Irão)
La Piel que Habito (Espanha)
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FILME ANIMAÇÃO
The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn
Arthur Christmas
Rango
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MÚSICA ORIGINAL
The Artist
The Girl with the Dragon Tattoo
Hugo
Tinker Tailor Soldier Spy
War Horse
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FOTOGRAFIA
The Artist
The Girl with the Dragon Tattoo
Hugo
Tinker Tailor Soldier Spy
War Horse
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MONTAGEM
The Artist
Drive
Hugo
Senna
Tinker Tailor Soldier Spy
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DIRECÇÃO ARTÍSTICA
The Artist
Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2
Hugo
Tinker Tailor Soldier Spy
War Horse
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GUARDA-ROUPA
The Artist
Hugo
Jane Eyre
My Week with Marilyn
Tinker Tailor Soldier Spy
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SOM
The Artist
Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2
Hugo
Tinker Tailor Soldier Spy
War Horse
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EFEITOS ESPECIAIS VISUAIS
The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn
Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2
Hugo
Rise of the Planet of the Apes
War Horse
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CARACTERIZAÇÃO
The Artist
Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2
Hugo
The Iron Lady
My Week with Marilyn
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CURTA DE ANIMAÇÃO
Abuelas
Bobby Yeah
A Morning Stroll
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CURTA METRAGEM
Chalk
Mwansa the Great
Only Sound Remains
Pitch Black Heist
Two and Two
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ORANGE WEDNESDAYS RISING STARD AWARD
Adam Deacon
Chris Hemsworth
Tom Hiddleston
Chris O'Dowd
Eddie Redmayne
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