sábado, 10 de março de 2012

Solaris (2002)

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Solaris de Steven Soderbergh que conta com a participação de George Clooney, Natasha McElhone, Viola Davis, Jeremy Davies e Ulrich Tukur.
Quando Gibarian (Tukur) envia uma mensagem para Chris (Clooney) a partir da estação orbital onde se encontra sobre os estranhos acontecimentos que ali se desenrolam, este estaria longe de imaginar o que ali iria encontrar.
Quando chega à estação orbital junto do planeta Solaris, Chris já sabe do suicídio de Gibarian e que ali só se encontram dois passageiros... ou talvez alguns mais! De onde terão surgido os novas habitantes daquela estação e o que estarão eles ali a fazer?
Para além das interpretações do conjunto de actores que achei coerentes mas pouco expressivas dado o contexto em que as suas personagens "viviam", aquilo que mais apreciei neste filme foi o seu argumento que pressupõe a hipótese de uma certa redenção com um passado mal resolvido. A hipótese de esclareer certos assuntos com aqueles que já não se encontram junto de nós.
No entanto, ao mesmo tempo não nos é dado nenhum feedback sobre se este aspecto se deve realmente à presença junto daquele estranho planeta ou se é uma qualquer paranóia, inicialmente individual mas que depois se torna colectiva, devido ao isolamento sentido por aqueles tripulantes. Talvez mesmo a vontade sentida por alguns de voltar atrás no tempo e reencontrar aqueles que perdeu e resolver todos os assuntos que ficaram por resolver com a sua súbita partida.
Independentemente dos misticismos que também equacionam a hipótese das energias e dos espíritos, o principal para mim sobre este filme é mesmo o facto de no nosso subconsciente sentirmos a necessidade e, mais que isso, a vontade de reencontrar aqueles que perdemos e com quem sentimos a necessidade de ter algumas últimas breves palavras e saber os "porquês" do passado.
É neste sentido que as próprias personagens, e por sua vez as interpretações dos actores, se regulam. Quanto maior a necessidade de fechar feridas do passado, mais a vontade, e por sua vez também a presença daqueles que partiram, se afirma no seguimento do filme. Daí que a personagem interpretada por Clooney seja aquela que mais desesperadamente repudia e reclama a presença da sua falecida mulher, enquanto que a interpretada por Viola Davis seja uma acérrima defensora da extinção daquelas mesmas aparições. A ciência (Davis) em oposição à fé (Clooney).
Este filme consegue atingir aspectos interessantes, se bem que breves, e não sendo a obra maior de Soderberg, não deixa de ser uma abordagem interessante ao tema da vida para além da morte e da materialização, ou não, da energia que se afirma ser perdida pelo corpo no momento da sua morte. Para onde irá... existirá na realidade...? Existirá Deus? Será o Amor a força mais poderosa de todas? Tantas questões que, a certo ponto, acabam por surgir na nossa mente.
Interessante sem ser brilhante é daqueles filmes que ou se ama ou se odeia. Eu fiquei-me a meio caminho entre ambos... não o consigo definir como uma obra excelente mas, ao mesmo tempo, também não me consigo distanciar dele e achá-lo fraco, acabando por achar que em certos tópicos foi um precedente, menos bem conseguido, do magnífico Árvore da Vida em muitos aspectos.
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5 / 10
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