sábado, 3 de agosto de 2013

Zé da Branca na Aldeia Assombrada (2013)

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Zé da Branca na Aldeia Assombrada de Rúben Ferreira e o mais recente trabalho deste jovem realizador português que num argumento escrito em parceria com José Marques resolve cruzar algumas das suas mais emblemáticas personagens numa mesma história de suspense onde a comédia é, no entanto, o seu forte. Falo claro das personagens do "Lenhador Assassino" e do "Zé da Branca" naquele que é um seu merecido desempenho protagonista.
Depois de descobrir que uma tia morreu em Fornelos, Zé da Branca (José Marques) decide visitar o seu primo que julga estar devastado. Numa longa viagem que faz a pé, chega finalmente a casa do primo onde aparentemente pouco aconteceu e a tia que faleceu já não é uma prioridade.
É então que no segundo dia de estadia naquela carismática aldeia que Zé da Branca, o primo e um amigo decidem, ao jeito de desafio, entrar na casa do misterioso lenhador assassino e aí investigarem o clima que ronda aquela casa abandonada, mal sabendo que iriam despertar os seus desejos de sangue.
Sem um fim anunciado, pois todos nós sabemos que surgirão novos capítulos que irão (ou não) dar o devido desfecho a esta aventura numa das mais enigmáticas aldeias de Portugal que graças ao jovem realizador Rúben Ferreira já ganhou o seu próprio estatuto, não é menos verdade que apesar de nos depararmos com uma média-metragem ela não nos satisfaz em absoluto. À media que a acção decorre e que dela esperamos mais e novos elementos que contribuam não só para a comédia que lhe está inerente como também ao suspense que pode surgir de qualquer momento, o argumento não nos permite ter uma clara percepção de onde iremos estar nos instantes seguintes o que, por sua vez, nos permite pensar que as sequelas estão para breve.
Dito isto, aquilo que podemos esperar deste simpático filme é que ele serve como uma porta de entrada para as novas aventuras dadas por um variado e rico conjunto de personagens que resiste não só à sua própria comédia como principalmente a um destino fatal que parece estar sempre ao virar da esquina ao mesmo tempo que nos deixa a pensar... afinal quem é aquele mal fadado lenhador?!
Com um conjunto de segmentos que roçam a comédia teen, nomeadamente aquela sinistra disposição das garrafas de cerveja, ou até mesmo uma sentida homenagem à Linda Blair (vejam e irão perceber), Rúben Ferreira não esquece a vertente popular que invade o norte do país neste época do ano fazendo-nos entrar nesse curioso universo onde somos presenteados com um bailarico na aldeia, e os invariáveis problemas técnicos a nível de som que surgem ocasionalmente são esquecidos pela vontade de fazer um filme que é feito por paixão independentemente do seu posterior resultado final.
De todos os momentos deste filme tenho obrigatoriamente de destacar um... Não que seja original em comparação com outras produções do género, mas pela qualidade fílmica que tão breves instantes demonstraram. Refiro-me muito concretamente às filmagens nocturnas que o jovem grupo de amigos faz em tom de "exploração" e que nos entregam um dos segmentos mais típicos e bem conseguidos e que, mais explorados, poderiam ter entregue um segmento de terror bem pensado e muito dinâmico.
Depois de uma apreciação que considero positiva poderão perguntar-me o porquê de só entregar um cinco a esta média-metragem... E a resposta é tão simples como... queria mais e tenho a certeza que esse "mais" está para chegar para breve. Tenho sérias dúvidas que o Rúben Ferreira deixe esta história sem uma sequela ao seu nível.
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5 / 10
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