domingo, 9 de fevereiro de 2014

Whatsapp (2013)

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Whatsapp de Andrés Díaz-Salazar é uma curta-metragem espanhola de ficção que nos apresenta uma jovem mulher naquilo que pensamos ser o estudo de uma peça que vá eventualmente representar.
É quando entra em casa que começa a receber um conjunto de mensagens que parecem não só ser ameaçadoras como também serem enviadas de alguém que está dentro do seu apartamento transformando toda a sua noite numa assustadora aventura.
Esta curta-metragem capta uma certa essência dos filmes de suspense/terror dos anos 80 que, desprovidos de um enredo muito elaborado ou efeitos de maior, conseguem manter o espectador num espaço tenso e misterioso desde o primeiro instante. Este aspecto é igualmente realçado graças à sua direcção de fotografia que insere todo o espaço num ambiente semelhante aos filmes da época e, não fossem as tecnologias modernas facilmente poderia o mesmo pensar que era num deles que se encontrava. Whatsapp tem, no entanto, a capacidade de fazer realçar pequenos momentos ligeiros que nos obrigam a permanecer numa constante incerteza sobre se nos encontramos a assistir a um filme que a qualquer momento pode rebentar em algo totalmente diferente.
No entanto, nem só de aspectos positivos vive esta curta-metragem que ao mesmo tempo que recria um ambiente interessante também parece querer arruiná-lo. Explicativo disto é a sua música que nos momentos mais tensos parece querer estar insistentemente presente sem sequer ser necessária quebrando mesmo alguma intensidade do suspense que a acção dentro daquele apartamento cada vez mais claustrofóbico consegue criar, fazendo com que os sustos que o espectador pudesse sentir se tornem assim previsiveis ao segundo. Os maiores sustos que um filme do género pode conter prendem-se com a atmosfera imprevisível que se pretende criar e aqui muita dessa tensão é eliminada pelos lugares comuns e momentos circunstanciais que uma interessante história quis contar.
Outro elemento menos positivo é a óbvia referência à obra cinematográfica que o realizador pretende filmar usando esta curta-metragem como um elo de ligação à mesma e, por isso, filmar durante momentos cruciais a obra em questão... less is more I say...
Removendo estes pequenos elementos Whatsapp consegue ser essencialmente uma história interessante que mantém o espectador incerto sobre o futuro daquela mulher e sobre o que realmente acontece dentro das quatro paredes em que se encontra. Estará ela realmente sózinha ou será que é o nosso cérebro a pregar partidas e a fazer-nos ver o que não existe?!
Interessante como ensaio para algo maior e mais desenvolvido sendo que tem, no entanto, uma exploração interessante sobre as novas tecnologias e a forma como com elas lidamos.
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6 / 10
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